terça-feira, 31 de julho de 2012

Falando de eleição e cultura.




Outro dia um camarada muito querido, dos tempos das boas lutas que hoje a mídia tenta desmerecer e desqualificar; respondeu a minha milionésima fala a respeito da ausência de Politicas Culturais em minha cidade, que as coisas não aconteciam porque pessoas como eu havia abandonado a vida pública e a ação política, porquanto não exigiam seu espaço, e permitiam que outros o ocupassem.

Em partes até concordo com este discurso.


Por outro lado, o que me fez desanimar da política, foi justamente esta lógica. Nos dias que se seguem, em plena campanha eleitoral, acontece uma batalha silenciosa e invisível, que nem todos se dão conta, em todos os grupos políticos, partidos, e tudo o que circula o poder. Grupos e pessoas, tentam por todos os meios lotear a possível vitória, arranjos são feitos no calor da campanha, promessas de cargos e empregos que nem sempre poderão ser cumpridas. Isto me dá um tremendo enfado.

Fazem parte do jogo estas manobras, são são injustas, muito menos ilegais, algumas resvalam na falta de ética, mas acabam por desqualificar qualquer possibilidade de uma ação concreta na solução dos problemas da cidade. A Cultura é a prima pobre, e diluída no meio de tantas "necessidades", some ou morre. Só é lembrada como espetáculo, nunca como formação ou reforçadora de ações populares, só é lembrada pelo viés populista.

Quando o assunto é Cultura então, entra para os assuntos periféricos e diluídos. A Cultura se dissolve entre os tantos problemas da cidade. Em geral, sobram para os cargos do setor de Cultura não os especialistas ou envolvidos na área, mas o primo maluco que o prefeito quer colocar longe do gabinete, ou o candidato a vereador que fez aquele acordão, em suma o rebotalho.
E por último, esta dinâmica perversa exclui as pessoas que realmente estão interessadas e que poderiam dar sua verdadeira contribuição, mesmo que em aspecto voluntário (embora isto é outro assunto disparatado que vale uma conversa), pois cai em um liame retorcido de realidade. Os órgãos já nascem com o vício das vaidades inflamadas e o somatório distorções de funções.
Vou votar em um dos candidatos, por um caráter republicano e cidadão, até já me decidi, mas sem a certeza que a Cultura será realmente contemplada.