sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

No princípio era a ausência do verbo...




Sonhei que minha casa se plantava sobre a casa de meu pai. Enquanto a minha permanecia nova e em construção, a casa de meu pai se reduzia a escombros, ruía a olhos vistos.


Qual caminho se insinua quando permanecemos no espaço do onírico? Os povos do passado davam grande importância aos acontecimentos do sonho, quase tanto quanto da realidade. No campo do sonho os deuses entravam em contato com os homens. No campo dos sonhos se previa a caça farta ou os períodos de grande fome.

Certos povos, como os aborígines da Austrália, crêem que o tempo do sonho   foi o tempo da criação do mundo. E este tempo foi e continua sendo. Segundo as suas crenças, estamos próximos ao fim do mundo e no momento de sua criação.

Assim como os nativos australianos, acredito que nosso grupo está no tempo do sonho, estamos criando uma estrada nos passos de damos nela. Buscamos a razão de nossas origens e existências. Devemos criar nosso próprio mito de criação:

“ No princípio era a ausência do verbo, e mulheres e homens buscavam tateando no escuro o sentido de suas existências.

E vieram os avatares,   que traziam o conhecimento no Olímpo dos Livros, fazendo com que o verbo tivesse sentido.

Então a luz e o breu tiveram separação.”






(Reciclagem de um texto de 2005)

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