terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dia de cão



Hoje (23/01/2012)  foi um dia de cão, descobri que artista não tem direito á restituição de imposto de renda, e que a Prefeitura de Mauá me considera incapaz de ser professor eventual porque sofro de pressão alta.

Cheguei a conclusão que devo morrer, uma vez que pressão alta não aposenta, mas se você tem pressão alta não pode trabalhar. Já passei dos quarenta idade maldita para ficar desempregado, ai fiz uma faculdade na meia idade e agora mais esta. 
IR:

Fiz uma pesquisa que me deixou mais revoltado ainda. Segundo a Receita Federal, baseado na legislação pertinente, Um prêmio literário está na mesma condição de uma loteria ou coisa parecida. O artista não recebeu o prêmio por sua capacidade, mas sim por sorte, devendo portanto ser tributado e sem direito à restituição.

Não é ganho de trabalho, é sorte segundo a Lei.

Somos prostitutas sortudas e o governo é nosso proxeneta.

LEI FEDERAL Nº 8.981, DE 20 DE JANEIRO DE 1995.
Art. 63. Os prêmios distribuídos sob a forma de bens e serviços, através de concursos e sorteios de qualquer espécie, estão sujeitos à incidência do imposto, à alíquota de vinte por cento, exclusivamente na fonte. (Redação dada pela Lei nº 9.065, de 1995)

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos prêmios em dinheiro, que continuam sujeitos à tributação na forma do art. 14 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964. (Ai a tungada é de 30%)


Notem, concursos e sorteios de qualquer espécie, não adianta estrebuchar. o que mais dói é que é uma lei pós constituição de 1988, baseada em uma lei de 1964, este ano não lembra nada a ninguém. Existe todo um emaranhado legal, que justifica as alíquotas, mas nada que justifique porque a Arte e a Cultura tem este tratamento tão injusto.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O quê é impossível de vender ou alugar?



https://docs.google.com/spreadsheet/embeddedform?formkey=dEdpc0JGeUNlOXM3eUJnNGNwMHgyUWc6MQ
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Vivemos em uma sociedade que tem um viés utilitarista, portanto coisas impossíveis de vender ou alugar são as inutilidades. São muitas, podemos enumerar algumas.

Um por de Sol é inútil, embora seja uma experiência estética muito agradável, não é possível engarrafá-lo, embrulhá-lo, colocar uma etiqueta. Tenho insistentemente fotografado pores de Sol, mas nenhuma foto me recobra a experiência estética vivida.

O espírito ou a experiência mística de cada indivíduo, embora tenha sido usada para escravizar povos e instituir guerras santas. O caráter pessoal de cada experiência não é transferível, o contato com o sagrado (Ou sua ausência.)  é único em cada indivíduo.

A dignidade é impossível de vender ou alugar, pois uma vez que o indivíduo se põe disposto a empenhá-la, já não a tem mais.

O sentido da liberdade, nenhuma escravidão se prova eficiente ao longo do tempo, é possível escravizar o corpo e a mente das pessoas, mas não suas almas, com o tempo ou  gerações se rebelarão, o Império Romano ruiu por sua economia estar baseada no trabalho escravo. O feudalismo durou muito tempo, mas acabou pelo cansaço e ineficiência. Estamos vendo os primeiros sinais da decadência do capitalismo.  

A poesia, a poesia talvez seja a última das grande inutilidades, não é possível lhe por um preço de face, o que a salva do mundo mercantilista e utilitarista. O que nos salva por possibilitar ainda o exercício de ser humano.