Vivemos em uma sociedade que tem um viés utilitarista, portanto coisas impossíveis de vender ou alugar são as inutilidades. São muitas, podemos enumerar algumas.
Um por de Sol é inútil, embora seja uma experiência estética muito agradável, não é possível engarrafá-lo, embrulhá-lo, colocar uma etiqueta. Tenho insistentemente fotografado pores de Sol, mas nenhuma foto me recobra a experiência estética vivida.
O espírito ou a experiência mística de cada indivíduo, embora tenha sido usada para escravizar povos e instituir guerras santas. O caráter pessoal de cada experiência não é transferível, o contato com o sagrado (Ou sua ausência.) é único em cada indivíduo.
A dignidade é impossível de vender ou alugar, pois uma vez que o indivíduo se põe disposto a empenhá-la, já não a tem mais.
O sentido da liberdade, nenhuma escravidão se prova eficiente ao longo do tempo, é possível escravizar o corpo e a mente das pessoas, mas não suas almas, com o tempo ou gerações se rebelarão, o Império Romano ruiu por sua economia estar baseada no trabalho escravo. O feudalismo durou muito tempo, mas acabou pelo cansaço e ineficiência. Estamos vendo os primeiros sinais da decadência do capitalismo.
A poesia, a poesia talvez seja a última das grande inutilidades, não é possível lhe por um preço de face, o que a salva do mundo mercantilista e utilitarista. O que nos salva por possibilitar ainda o exercício de ser humano.
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