terça-feira, 4 de junho de 2013

Do voluntariado e outras coisas.

Do voluntariado e outras coisas.




Outro dia ponderando, cheguei a umas conjecturas, pensar muito faz mal para os pulmões, fumaça é bom para desanuviar as ideias, mas não tem jeito.

Não é incomum me pedirem para participar de alguma atividade sem qualquer remuneração, aceito quase todos os convites de bom grado, principalmente para ler poemas em público, atividade que me diverte muito, mas em especial, atendo os apelos de escolas municipais e estaduais, e ainda carrego alguns amigos comigo, já falei sobre poesia e literatura para grupos bem diversos, e há um grande prazer nisto. (Embora um dia um aluno de EJA que questionou sobre meus propósitos, e não sei ainda o que lhe responder até agora. )

Só não tenho aceito de bom grado convites de órgãos institucionais, em especial prefeituras, para fazer oficinas e palestras como "voluntário", e por duas razões principais:

- primeiro que voluntário é o escambau, ainda não inventaram o passe livre para poetas, então tenho que pagar para chegar e voltar aos lugares (e a tarifa não anda fácil), muitas vezes as cópias xerox ficam por nossa conta, e por último poeta come também, acreditem os desafortunados; então não é fazer de graça, é pagar para trabalhar,

- o segundo ponto, bem doloroso também, é que quando se fala de cultura, literatura, para certas autoridades, é sempre de se esperar um torrente de lágrimas, a bacia das almas é pouco, uma conversa de miséria doida, teve um caso de um prefeito de uma cidade do subúrbio, que não vou dizer que é Mauá, que na posse do Conselho Municipal de Cultura falou que os artistas deviam doar o dinheiro da Cultura para a arrumação do viário público, depois não é estranho que o mesmo prefeito chorão, contrata um artista de renome para um show com um valor que daria para tocar as políticas para leitura e literatura por uns dez anos ou mais,

pois é o segundo motivo é este, nunca tem dinheiro para a cultura a não ser que seja um show populista caríssimo que atraia multidões. Não obstante, temos feito nossas peripécias, dado a cara a tapa, e ouvido que somos chapa branca, quando ajudamos algum amigo que se mete no atoleiro que é uma Secretaria de Cultura,

devo ter lido muito Marquês de Sade na vida. 

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